Camarada Engenheiro José Eduardo dos Santos
Presidente do MPLA e Presidente da República de Angola
Camaradas Membros da Direção Superior do MPLA e do Presídio do Congresso
Digníssimos Delegados ao VII Congresso
Excelências,
Minhas Senhoras e meus Senhores,
Camaradas,
Ontem, assistimos a uma extraordinária manifestação política, a uma
demonstração inequívoca da força, da unidade e da determinação dos militantes
de um partido sólido e consolidado, na materialização das aspirações e anseios
do seu povo.
O que testemunhamos ontem e está evidente nas expressões de todos os
delegados, só é dado a partidos com uma grande história e cujo legado se
converte em responsabilidade tanto politica como social. Com efeito, a
manifestação produzida na sessão de abertura do vosso VII Congresso rendeu a
devida homenagem aos obreiros do passado, às mulheres e homens de Angola, que
ousaram sonhar e deram as suas vidas pela liberdade e pela autodeterminação.
Mas o conteúdo programático agendado para as discussões neste congresso, são
também prova de estarmos em presença de um partido alinhado com a atualidade,
capaz de responder às exigências do presente e traçar o caminho para conquistar
o futuro e construir uma Angola próspera e feliz.
Muito obrigado MPLA.
Foi e é gratificante confirmar como avaliam e reconhecem que tais
conquistas só são possíveis com a sábia e clarividente orientação de um líder,
de um visionário, de um patriota. Obrigado Camarada José Eduardo dos Santos,
por construir em África um caso de sucesso na conquista da paz, no perdão e
reconciliação e na convocação da nação angolana para a edificação do futuro de
forma inclusiva e sem segregações por diferenças da cor da pele, de religião,
da região ou do género. Todos Angolanos, reunidos numa grande família e todos
por Angola disposto a comemorar cada conquista e transformar as fraquezas em
forças para que num processo de contínua renovação dos desafios serem sempre
capazes, com diálogo, empenho e tolerância de encontrar o caminho do progresso
e da construção do bem-estar para todos.
Eu trago os cumprimentos do meu partido, do meu país e de todo o meu povo –
ou seja, do PAIGC, da Guiné-Bissau e de todos os guineenses.
Hoje, infelizmente, para abordar a situação política na Guiné-Bissau,
muitos atores políticos do meu país evocam muita coisa, mas muito do que dizem,
Camarada Presidente, Camaradas Congressistas, só é no sentido de confundir a
opinião publica e complicar a compreensão dos observadores e amigos e tentar
consumir a paciência de todos para disso tirarem o melhor proveito.
A crise que vivemos é induzida, deliberadamente provocada e por isso
(permitam-me o termo) completamente desnecessária e mesmo absurda.
A verdade Camaradas é contudo simples: muita gente se acomodou com os
benefícios destes longos anos da instabilidade e hoje não estão preparados para
aceitar a alteração do “status quo” estabelecido. E no meio disso, tudo farão
para dificultar e comprometer as relações de amizade e cooperação com os mais
próximos e os mais amigos.
O povo guineense, esse não tem dúvidas sobre quem é o seu legitimo
representante, como não tem dúvidas de que Angola é um país irmão e o MPLA um
parceiro amigo, companheiro de longas e importantes batalhas.
Quero aproveitar desta menção para felicitar o MPLA, e lembrar que também o
PAIGC completa este ano a 19 de setembro, 60 anos de existência. Essa efeméride
perturba a muita gente e que, não o podendo enfrentar de forma legal e
democrática, socorre de expedientes de toda a espécie, nem se importando com o
risco real de voltarem a produzir a violência e o caos num país já bastante
fustigado por esses males.
Gente que tendo se servido do partido, agora se apresentam como opositores
do mesmo. São na verdade gente sem qualquer compromisso com o passado glorioso
do PAIGC e que não se revê nos seus princípios estruturantes nem programáticos.
Aqueles a quem Cabral se referia lembrando que “nem toda a gente é do partido”
e que “se os nossos movimentos correm riscos, esses só são verdadeiras ameaças
quando vêm de dentro, junto de nós”.
Camarada Presidente
Camaradas Congressistas
Queremos e precisamos do apoio do MPLA e de Angola e de todas as forças
progressistas do mundo.
Por isso viemos aqui Camaradas, não só como portadores da mensagem de
saudação do povo guineense e para partilhar da situação que se vive no nosso
país. Viemos aqui também para assegurar que vamos lutar e vamos vencer. Somos
os herdeiros de Amílcar Cabral e nada poderá travar a nossa determinação e
empenho para derrotar os inimigos do partido e do nosso povo que justamente
anseia pela paz e pelo bem-estar por que tanto se tem sacrificado.
Sabemos que a conjuntura é muito difícil e em alguns aspetos
particularmente penalizadora para as maiores economias mas estamos encorajados
pela historia das nossas relações nunca baseada na cedência do que temos de mais
mas sempre na partilha do que muitas vezes temos de menos. E desta feita,
precisamos sobretudo da atenção, da compreensão e do acompanhamento de Angola e
do MPLA.
Nesta senda, Camarada Presidente, permita que enalteça a atenção e o
contributo inequívoco que temos recebido de muitos dirigentes deste partido e o
acompanhamento de todos os Embaixadores de Angola, que têm passado pela
Guiné-Bissau. Têm sido inexcedíveis no carrinho e na atenção para com o nosso
país e mesmo com o nosso partido. Quero com a Vossa permissão incluir o
reconhecimento a outros Embaixadores Angolanos noutros países, aqui destacando
a ação dos baseados em Nova Iorque, Lisboa e Bruxelas. Em nome de todos eles e
das muitas figuras politicas de Angola que acompanham com atenção e expressam
solidariedade pela situação no nosso país, quero destacar o Camarada Brito
Sozinho que, para além do tudo que já disse, tem estado sempre presente com
amizade e fraternidade lembrando sempre que o caminho se faz de paciência e
perseverança e que Angola nunca abandonará a Guiné-Bissau.
Camarada Presidente
Camaradas da Direção Superior do Partido
Digníssimos Delegados ao Congresso
Nós sabemos ser possível e por isso acreditamos. Vemos no exemplo de Angola
uma grande inspiração para conquistar a paz e construir o bem-estar.
Na Guiné-Bissau, o PAIGC ganhou as últimas eleições com maioria absoluta
mas formou um governo de inclusão, convencido de assim interpretar correta e
responsavelmente o momento que devia ser de viragem da página e da necessidade
de juntar todas as forças numa única direção, a favor da Guiné-Bissau. Em cerca
de treze meses de governação produzimos resultados nunca registados na historia
da Guiné-Bissau, enquanto Estado independente. Em todos os domínios, mas
sobretudo na estabilidade do sistema escolar, na prevenção de grandes endemias
sanitárias, no fornecimento de serviços básicos à população (particularmente no
fornecimento de eletricidade e água às populações – fizemo-lo para 28
localidades que nunca o tinham tido em 42 anos de independência) no início da
mecanização da nossa agricultura, num melhor aproveitamento da agro-indústria e
na regularização dos atrasados salariais e melhoria da condição laboral.
Contudo, foi sobretudo com a realização da Conferência de doadores, sustentada
por um Plano Estratégico e Operacional batizada por “Terra Ranka” que, com a
impressionante resposta da Comunidade Internacional parceira, quando todo o
nosso povo celebrava a esperança renovada num futuro melhor, outros entenderam
que era chegado o momento de travar a nossa marcha.
Alguém sobretudo entendeu que se não fossemos travados nesse momento se
lhes escapava qualquer hipótese de o fazer e travar o PAIGC. Tinha de acontecer
de qualquer jeito e de qualquer maneira, mesmo fazendo-nos voltar ao ciclo da
instabilidade e da pobreza extrema. Mesmo voltando a atrair os piores adjetivos
para o país e a associação a todo o tipo de crime organizado.
É por isso também para nós fundamental e quase determinante que este VII
Congresso do MPLA seja coroado dos maiores êxitos e que as decisões que serão
produzidas e adotadas reforce e fortaleça o MPLA para as próximas e grandes
conquistas que se avizinham, sob uma liderança forte e esclarecida, tal como
conhecemos hoje por parte do líder incontestável, Camarada José Eduardo dos
Santos.
Viva o MPLA
Viva o PAIGC
Viva o Camarada José Eduardo dos Santos
Viva a amizade e solidariedade entre o MPLA e o PAIGC.
Muito obrigado!
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