19/09/1956 –
19/09/2016
A pergunta acima não deve ser entendida como
mais um exacerbado repúdio ou condenação total das acções daquele que foi e é o
Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde. Tal apreciação, caro
leitor, levava a uma precipitada visão e completamente contrária ao espírito
modestamente crítico e talhado para servir as vozes inaudíveis à procura de profundas
mudanças no cenário político do nosso chão e, como tal, venha daí connosco para
mais uma digressão de cidadania di bom
guinendadi.
Como não devia deixar de ser, e antes de
respondermos juntos à nossa pergunta vital de hoje, caro leitor, de um modo
mais respeitoso da nossa parte, homenageamos aqueles que, compreendendo as
urgentes necessidades que o nosso país tinha de encontrar uma força política
que enfrentasse o colonialista português e que pudesse acabar com as suas
barbáries, criaram o nobre partido a que dedicamos este escrito.
No entanto, é de grande importância
elucidarmos aqui que o P.A.I.G.C a que nos referimos é exclusivamente aquele
cujos dirigentes deram o seu valioso sangue e suor para a conquista da
independência da terra do Comandante Amílcar Cabral. Esse P.A.I.G.C diferente
da que conhecemos após a grande epopeia de combates em frentes Norte, Sul e
Leste do nosso país. Diferente do dos nossos tempos. Este partido dividido,
descomandado e gravemente desorientado do rumo que tinha que seguir – o de unir
os guineenses como fizera com exemplaridade durante a luta de libertação
nacional. Unidade de que o Amílcar falara aos dirigentes do partido num dos
seus seminários de consolidação da ideologia do partido, Unidade e Luta, que
mais tarde passaram às palavras de ordem da nossa República. Dizia então:
Unidade
e Luta quer dizer que para lutar é preciso unidade, mas para ter unidade também
é preciso lutar. E isso significa que mesmo entre nós, nós lutamos; talvez os
camaradas não tenham compreendido bem. O significado da nossa luta não é só em
relação ao colonialismo, é também em relação a nós mesmos. Unidade e Luta.
Unidade para lutarmos contra o colonialismo e luta para realizarmos a nossa
unidade, para construirmos a nossa terra como deve ser. (Amílcar Cabral, Alguns Princípios do nosso partido,
Seara Nova, 1974)
Este homem sempre obriga a que se dispense
comentários às suas palavras. De tão claro e coerente no que diz, nós não nos
atrevemos a aumentar mais nada nestas sábias palavras de quem era altamente
consciente do que fazia e dizia.
Nós não temos dúvida alguma de que se
estivesse vivo, o Cabral era competente mais que suficiente para pôr as suas
palavras na prática: “construirmos a nossa terra” – o que os nossos
extraordinários políticos até hoje não compreendem ser a sua única missão! E o
P.A.I.G.C fala tanto em projectos de Cabral, ensinamentos de Cabral, ideologia
de Cabral, até o que o Cabral nunca sequer pensou, tudo de Cabral, Cabral,
Cabral… e eles, os dirigentes do P.A.I.G.C, todos eles, sem excepção, dos “15”
ao Comité Central, até Conselho de Jurisdição, passando por DSP e JOMAV, tudo
de P.A.I.G.C, o que fazem para haver a tão almejada unidade no seio do seu
partido para podermos conseguir o sossego no nosso chão? Sim, no nosso país.
Alguém ainda tem dúvidas que o P.A.I.G.C é o nosso grande entrave para o
progresso?
VIVA O P.A.I.G.C DOS COMBATENTES DA
LIBERDADDE DA PÁTRIA!
ABAIXO AO DOS TRAIDORES DA TERRA DO CABRAL!
MAS QUE O PRS NÃO SE EMBANDEIRE AO AR HEIN! ABOS BO MA KA BALI NADA!
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