MADINA DE BOÉ, 24/09/1973 – BISSAU, 24/09/2016
Foi
num dia como este, nas matas de Boé, há 43 anos, que, na voz do Comandante João
Bernardo Vieira Nino – para os camaradas Kabi Na Fantchamna – os nossos turás (touros) proclamaram a
independência do nosso Estado até então sob a barbárie do colonialista
português.
A luta
armada pela nossa libertação durou onze anos, opondo duas forças teoricamente
muito diferentes: de um lado, a guerrilha do P.A.I.G.C, aos olhos do mundo, na
altura, muito fraca e impotente militarmente para fazer uma guerra para que
avançava; e, do outro, a força militar ultramarina de Portugal, assegurada
pelos aliados. Quando tudo se agourava perdido e o nosso destino entregue ao
inimigo, eis que a “teimosia” dos nossos corajosos combatentes arrancaram uma epopeica vitória que a todo o mundo silenciou por espanto, pois uma força
militar podia não ter armas nem tácticas apuradas de combate, mas bastava-lhe
ter soldados determinados como Kabi Na Fantchamna; militares corajosos como
N´bana Kabra; homens de espírito de sofrimento como Pansau Na Isna; mulheres de
sintu na kalsa como poucos homens
ousariam hoje: Titina, Teresa, Kanh na N´tungué; enfim, de um exército unido
para uma luta terrível, mas necessária.
Quatro
décadas e três anos dobrados, hoje, compatriotas, que país temos? Em mãos de
que tipo de homens? – A resposta a estas questões, mais uma vez e evitando ser tiranos,
cabe a cada guineense responder com a sua consciência limpa. No entanto, como fidjus di tchon, eis a nossa opinião:
1. O país que hoje temos é o melhor de mundo em golpes de
Estado; incompetência em lidar com o serviço ao povo; mentira, difamação e
calúnia até di Chefi di moransa ao
seu filho: resumindo, sem terminar, um Estado moribundo, à beira do caos final:
falhanço!
2. A terra que viu nascer o Abel Djassi é hoje de ladrões do
labor do povo; de filhos que querem todos ser ricos sem um trabalho ostentar;
de ministros licenciados em analfabetismo; de responsáveis mais irresponsáveis
nas suas responsabilidades; e em que os valores morais e éticos mais altos são
os dos traficantes de drogas, delinquentes de cabeças rapadas, gravatas finos e
fatos forrados a esconder-lhes o evidente que são: bandidos da primeira fila.
Aqui, o professor que outrora era um “pai” é agora de “lixo”: mas é di parti di rabada. Até é compreensível,
porque para Doutor ser, neste lugarejo, basta um fato, gravata e sapatos bem
engraxados: miséria de pensar!
3. País de governos que para orçamentar as suas despesas
precisam do Banco Mundial e FMI; para dar ordens ao seu servidor pede aval da
CEDEAO e CPLP; para resolver contendas que cria pede socorro a missões de
(re)mediação… tantas e tantas outras katem-borgonhas,
que alguém ainda vem-nos dizer para o respeitarmos!!! Nós respeitamos a todos
os homens, até porque somos bem-educados, mas não reverenciamos um irreverente
a si mesmo. Nós respeitamos e somos reverentes, sim, mas ao nosso país, nosso
chão, nossa terra, nosso Estado, porque dele e por ele vivemos.
VIVA
COMBATENTIS DI NO TCHON! VIVA AMÍLCAR CABRAL!
ABAIXO
FANTOCHES! ABAIXO KALABANTES! ABAIXO TRAIDORES DO POVO! ABAIXO HIPÓCRITA E
HIPOCRISIA!
De: Lope ku Fundinhu – i anos propi! LOPE KU FUNDINHU
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