Neste país de que vamos a seguir falar – REPÚBLICA DE DJITU KA TEM – a vida
tem duas faces: uma, de rir até às profundezas de gargalhada e, deste modo,
atingindo o efeito perigoso de estar excessivamente alegre, que é ficar
profundamente constrangido pela tristeza; e outra, de ver sem acreditar no que
vês, ainda que te esteja a olho nu, ficando então pasmado. Sim, pasmadíssimo!
Aqui tudo é normal: assassina-se um Presidente da República e um Chefe de
Estado Maior General das Forças Armadas e todos dizem que não tem mínima
importância. Como se tudo isto não bastasse, logo a seguir, assassinam-se dois
deputados da nação e de novo: “djitu ka tem… kuma di fasi” – que
sensibilidade cruel!
Neste recanto de que falamos, golpes de estado são encarrados como jogo de
cabra-cega das crianças na noite de lua cheia. E atenção que já lá vão quatro
em apenas quatro décadas da sua existência como Estado Soberano!!! Um excelente
país com uma extraordinária sociedade onde a saúde, a educação dos cidadãos não
são prioridades para nenhum governante, mas nos seus discursos de kunfundi
pubis estão sempre no primeiro plano. Aliás, neste lugarejo, ser professor,
em vez de nobreza com que se conhece por gente com “cabeça” para pensar, é
profissão de estar na bicha, esperando por uma melhor oportunidade para ganhar
a vida. Quem sabe, um dia ser Ministro ou Secretário de Estado, ou então
titular de um qualquer cargo público furado e tornar-se então num dos mais
destacados empresários miseravelmente admirados? – e ninguém se revolta, nem o
coitadinho Zé povinho que paga por tudo isto. Muito pelo contrário, remata-se o
extravagante elogio aos nossos bandi-saltes da capital: “Anta i tulu
nam? El ku na kumpu Bissau?”. E alguém já chegou de perguntar por isso,
permitam-nos a citação: “Kal dia ku fidju di tera buru / brutu sin?” – e
nós respondemos assim: otcha i para pensa ku si kabesa suma pekadur!
É neste país que os jornalistas – se é que existem muitos que mereçam este
nome – estão em serviço de desinformação, prejudicando o seu jubilar trabalho
de despertar a população para o seu viver de dia-a-dia! Pois todos somos
negociantes até das nossas dignidades: professores, jornalistas, médicos
enfermeiros, tudo o que é servidor de Estado. Ora, ora, ora! incluindo o nosso
patrão: O POLÍTICO DE REVERENCIAR! – Isto é mesmo para rir até às lágrimas, não
será? E nós sempre dizemos: “Djitu ka tem!”
Há jeito de mudar tudo isto, guineenses! Há, sim! Até porque não é preciso
estudar Ciências Políticas em Harvard ou Cambridge para não ser cúmplice de ter
um Presidente da República que antes de ser eleito para o seu altíssimo cargo
confessa desconhecer a CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA de que é guardião. A este, até
o mais rude cidadão diria em viva voz: “O MEU VOTO, NUNCA, JAMAIS!”, mas, pelo
contrário, a resposta é: “Sabe, senhor, ele é candidato do partido a que jurei
fidelidade eterna!” – Qual fidelidade? A tal e crónica infidelidade à pátria de
dizer que a política é para defender os interesses dos particulares e não da
nação???
ABRA OS OLHOS, CAMARADA! JÁ É TEMPO!
UM FORTE ABRAÇO DE GUINENDADE!
De: Lope ku Fundinhu
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