É com muita paciência que temos vindo a acompanhar
diferentes intervenções sobre a actual crise política e institucional que tem
assolado o país há mais de um ano, mormente no que concerne à identificação da
pessoa a quem se deve atribuir, politicamente, a responsabilidade pela actual situação
em que o país se encontra.
Dito isto, e em antecipação da ilustração
do nosso entendimento sobre o assunto, afigura-se fundamental referir que alguns
falam da culpa colectiva, apontando vários actores políticos como promotores da
crise política vigente, enquanto os outros falam da culpa individual, apontando
o dedo indicador ao Presidente da República, José Mário Vaz.
Desde log, preferimos distanciar do
primeiro entendimento, ou seja, apresentar a nossa discórdia com analistas cujo
entendimento se traduz na responsabilização de várias figuras, na justa medida
em que, no nosso modesto entendimento, quando se fala do responsável pela crise,
há que ter em conta o comportamento determinante em provocar a produção da
situação supra aludida – o principal causador.
Nesta ordem de ideia, não é menos
importante frisar que quando falamos da crise política, temos fundamentalmente
em vista uma “grave crise política que põe em causa o normal funcionamento das
instituições da república, e não uma mera falta de sintonia entre o Presidente
da República e o Primeiro-ministro, como alegam alguns, quando pretendem,
cronologicamente, apontar o começo da actual crise. A título exemplificativo,
citamos o nosso irmão, Edson Incopté, a quem devemos muito respeito, atendendo
a sua qualidade.
Nesse sentido, e em sequência da análise supra efetuada,
pedimos que alguém nos relate, num momento anterior à queda do primeiro Governo
dos libertadores liderado pelo Eng.º
Domingos
Simões Pereira, apenas uma situação que se traduzia
na grave crise política que põe em causa o normal funcionamento das
instituições da república.
Não temos sido capazes
de compreender algumas pessoas quando dizem que nunca concordaram com a queda
do Governo liderado pelo Eng.º Domingos Simões Pereira mas, admitindo a
verificação da crise muito antes da queda do mesmo. Análise que nos convida a perguntar
o seguinte: Como é que falamos da desnecessidade da queda do Governo, por
acharmos não suficientes os fundamentos apontados pelo Presidente da República
e, ao mesmo tempo, reconhecemos que durante a vigência do mesmo Governo o país
se encontrava numa grave crise política que põe em causa o normal funcionamento
das instituições da república – uma situação que, segundo a própria
Constituição, pode servir de base à queda de qualquer Governo? Como??? Sejamos coerentes
nas nossas análises.
Entretanto, o ponto
fundamental a reter em toda esta questão é que o Presidente da República foi o
causador da actual crise e, tem sido o principal HANDICAP na resolução da mesma.
Ele é parte do problema e quer, ao mesmo tempo, ser conciliador, olvidando-se
que “ninguém pode ser um bom juiz na causa própria”. É por isso que o chamamos
de verdadeiro causador e falso apagador do incêndio…
Sem, no entanto, querer
isentar as outras personalidades da responsabilidade pela agudização da situação,
tendo em conta a falta da vontade política e do espírito patriótico que devem
reflectir em todas as negociações que visam encontrar solução para a saída da
crise.
COM ISENÇÃO E RESPONSABILIDADE
De: Lope ku Fundinhu
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