segunda-feira, 5 de setembro de 2016

OPINIÃO: O MAIS CULPADO



É com muita paciência que temos vindo a acompanhar diferentes intervenções sobre a actual crise política e institucional que tem assolado o país há mais de um ano, mormente no que concerne à identificação da pessoa a quem se deve atribuir, politicamente, a responsabilidade pela actual situação em que o país se encontra.

Dito isto, e em antecipação da ilustração do nosso entendimento sobre o assunto, afigura-se fundamental referir que alguns falam da culpa colectiva, apontando vários actores políticos como promotores da crise política vigente, enquanto os outros falam da culpa individual, apontando o dedo indicador ao Presidente da República, José Mário Vaz.

Desde log, preferimos distanciar do primeiro entendimento, ou seja, apresentar a nossa discórdia com analistas cujo entendimento se traduz na responsabilização de várias figuras, na justa medida em que, no nosso modesto entendimento, quando se fala do responsável pela crise, há que ter em conta o comportamento determinante em provocar a produção da situação supra aludida – o principal causador.

Nesta ordem de ideia, não é menos importante frisar que quando falamos da crise política, temos fundamentalmente em vista uma “grave crise política que põe em causa o normal funcionamento das instituições da república, e não uma mera falta de sintonia entre o Presidente da República e o Primeiro-ministro, como alegam alguns, quando pretendem, cronologicamente, apontar o começo da actual crise. A título exemplificativo, citamos o nosso irmão, Edson Incopté, a quem devemos muito respeito, atendendo a sua qualidade.

Nesse sentido, e em sequência da análise supra efetuada, pedimos que alguém nos relate, num momento anterior à queda do primeiro Governo dos libertadores liderado pelo Eng.º Domingos Simões Pereira, apenas uma situação que se traduzia na grave crise política que põe em causa o normal funcionamento das instituições da república.

Não temos sido capazes de compreender algumas pessoas quando dizem que nunca concordaram com a queda do Governo liderado pelo Eng.º Domingos Simões Pereira mas, admitindo a verificação da crise muito antes da queda do mesmo. Análise que nos convida a perguntar o seguinte: Como é que falamos da desnecessidade da queda do Governo, por acharmos não suficientes os fundamentos apontados pelo Presidente da República e, ao mesmo tempo, reconhecemos que durante a vigência do mesmo Governo o país se encontrava numa grave crise política que põe em causa o normal funcionamento das instituições da república – uma situação que, segundo a própria Constituição, pode servir de base à queda de qualquer Governo? Como??? Sejamos coerentes nas nossas análises.   

Entretanto, o ponto fundamental a reter em toda esta questão é que o Presidente da República foi o causador da actual crise e, tem sido o principal HANDICAP na resolução da mesma. Ele é parte do problema e quer, ao mesmo tempo, ser conciliador, olvidando-se que “ninguém pode ser um bom juiz na causa própria”. É por isso que o chamamos de verdadeiro causador e falso apagador do incêndio…

Sem, no entanto, querer isentar as outras personalidades da responsabilidade pela agudização da situação, tendo em conta a falta da vontade política e do espírito patriótico que devem reflectir em todas as negociações que visam encontrar solução para a saída da crise.   

COM ISENÇÃO E RESPONSABILIDADE

De: Lope ku Fundinhu          

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