COMO COMBATER OS HOOLIGANS DA POLÍTICA GUINEENSE. A MEDIAÇÃO [DOS MINISTROS DA DIPLOMACIA DE TOGO, GUINÉ CONACRI E SENEGAL E DO PRESIDENTE DA COMISSÃO DA CEDEAO] COMO MODO REVISITADO DE RESOLVER NOVOS DESAFIOS, VELHOS PROBLEMAS
Dada a manifesta incapacidade dos atores políticos nacionais definirem as áreas de preocupação comum e as prioridades estruturantes para o desenvolvimento do País, por forma entre outras a melhorar as condições de vida, aumentar a esperança média de vida, diminuir acentuadamente a mortalidade infantil, os Estados da Sub-região têm vindo a adoptar uma atitude não eminentemente reativa, mas proativa para tornar possível a aproximação e reconciliação entre as partes envolvidas, a pacificação das relações e, por via disso, a superação dos conflitos políticos para que se torne possível acautelar objetivos do SERVIÇO PÚBLICO a que um político está obrigado a prestar aos seus concidadãos.
A mediação política deve procurar soluções que permitam que as partes se sintam confiantes no diálogo, criando inclusivamente com este fato, condições para a supressão de alguma desconfiança.
Assim, o maior desafio para o MEDIADOR consistirá na adopção de propostas sustentadas e sancionadas com exigências de neutralidade e imparcialidade, encorajando a mobilização e compromisso através de mensagens de cariz pedagógicas que devem fazer ver aos mediados que o processo de mediação não se compadece com procedimentos de natureza vexatória e intimidatório, apanágio dos políticos guineenses.
Nesta conformidade e muito particularmente no que diz respeito aos procedimentos da mediação política, muito pouco tenho a dar aos MINISTROS DA DIPLOMACIA DE TOGO, GUINÉ CONACRI E SENEGAL E DO PRESIDENTE DA COMISSÃO DA CEDEAO.
Porém, seja como for, devo poder dizer que mesmo que se venha a considerar que a discussão deve ser feita ou por via direta (face a face = formato da reunião plenária) ou por via indirecta (= o formato da diplomacia itinerante), os mediadores devem ficar a saber que a mais de quarenta e um anos (41) que a política guineense continua a ser feita de TRANSIÇÕES GERACIONAIS de assassinatos políticos, ameaças, traições, que encontram a sua origem e expansão na patética divulgação da cultura do homem, que a qualquer preço se sobressai como “matcho”, tolerado, respeitado pela sociedade, que até lhe proporciona o acesso ao poder político.
A transição societária guineense baseada nos laços de família, língua, padrinho-afilhado (com marca étnica), que ganhou força após o 14 de Novembro, e em detrimento do desenvolvimento das INSTITUIÇÕES DO ESTADO, continua a sua expansão dentro de todas as classes da sociedade e com apoio inesgotável por parte dos hooligans da política guineense.
Hoje, mais do que nunca, a nossa sociedade corre o risco de ver os valores que outrora a caraterizam a serem catalogados como meramente simbólicos.
Por: Mestre Julião Vieira Insumbo
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