Pode ser um titulo prenuncioso ou provocatório, mas na verdade militantes do PAIGC em numero considerável que protagonizaram deserções e fracionismo no seio do partido, tendo subsequentemente violado os estatutos (subentende-se não respeitaram a disciplina partidária), foram compensados... quando o mais sensato seria serem sancionados ou, no mínimo, advertidos. Será por isso que a expulsão dos Quinze gerou tanta polémica?
O Partido Africano para a Independência da Guine e das Ilhas de Cabo-Verde (PAIGC) que em Setembro deste Ano celebrou os seus 60 anos de existência, é protótipo dos chamados grandes partidos, propensos a lutas internas...
Contrariamente aos seus similares, em que as disputas internas têm o caracter ideológico, com intuito de revelar maior capacidade e competência para assumir a liderança do partido e subsequentemente ser o Governo, nos últimos anos, assiste-se as guerras intestinais para a promoção ou manutenção de status-quo de ser Ministro, Secretario de Estado, Deputado, Diretor-geral, etc. Estes factos têm tornado o partido de Cabral num terreno movediço para as suas lideranças.
Excetuando a batalha estatutária dos (cento e vinte um) visando provocar mudanças profundas nos estatutos do PAIGC e que lhes custou a expulsão em 1990, todas as guerrinhas que se seguiram vão no sentido de defender o tacho, embora tendo como escudo o interesse do eleitorado ou nacional.
O estatuto do PAIGC na sua essência tem acautelado esse aspecto, recomendando a disciplina partidária sob pena do infrator incorrer sanções. Contudo, na tentativa de sobrepor o politicamente correto sobre o legal ou estatutário, as sucessivas lideranças do PAIGC promoveram a reintegração, tendo na capa dos mesmos, muitos militantes expulsos terem no curto espaço de tempo regressado e promovidos...
A primeira vaga de deserções aconteceu em 2005 com o regresso do malogrado Presidente, Nino Vieira, então candidato presidencial. Com o regresso do antigo líder do PAIGC, militantes e dirigentes que não tinham merecido escolhas no Governo de Carlos Domingos Gomes (CADOGO) aderiram de imediato ao projeto de candidatura do General, contra todas as orientações da direção do partido numa clara violação da disciplina partidária e dos estatutos. Cinco anos depois, os desertores regressavam em grande sendo promovidos a Ministros e Deputados.
O episódio se repetia em Abril de 2014, com os principais responsáveis pelo derrube do Governo do PAIGC, via Golpe de Estado, também ele liderado por CADOGO, terem conseguido uma promoção meteórica. Tanto quanto aconteceu em 2005, os fracionistas tinham optado por um candidato independente, Manuel Serifo Nhamadjo, em detrimento do candidato eleito nas primarias do partido.
Com ou sem influencia, esses acontecimentos viriam a apresentar o PAIGC como partido em que a indisciplina compensa, com todas as suas consequências na impunidade no seio do partido. Porem, Janeiro de 2016 marcou a rotura com as anteriores formas de assumir a liderança. Um grupo de 15 deputados foram expulsos após terem votado abstenção o Programa do Governo do seu partido. Uma decisão que apanhou todos de surpresa numa formação politico em que a indisciplina partidária vinha se tornando como uma via para a compensação. Com Eng. Domingos Simões Pereira na liderança, a punição foi severa tendo os deputados e outros militantes e quadro dirigentes sido abrangidos.
Hoje, está a ser equacionado a reintegração desses militantes no quadro do Acordo de Conacri e segundo consta sem condições, embora observando os estatutos. Uma ideia que ganhou forma apos as festividades dos 60 anos do PAIGC em que o Presidente do PAIGC lançara o repto no quadro da efeméride para a reunificação do partido. Esta abertura do Líder dos Libertadores, pelos vistos, demonstra a sinceridade e honestidade o que esta a ser aproveitado para, mais uma vez, gravitarem a volta do partido camaradas com o bicho da traição. Concomitantemente militantes fieis ao PAIGC que ao longo de mais umas crises sacrificaram em nome dos interesses do partido, correm o risco de serem penalizados…. Alias, se se concretizar a reconciliação interna nos moldes ditados pelos camaradas, estes regressariam como deputados e retomarão os seus lugares na Mesa.
A grande questão que se coloca e a seguinte: O que este regresso sem condição significaria.
Mais uma compensação a indisciplina???
António Quebá Banjai
“Um SIMPLES militante que quer ver um PAIGC, forte, coeso, voltada aos DICTAMES de Amílcar Cabral”
Bissau 2017
O Partido Africano para a Independência da Guine e das Ilhas de Cabo-Verde (PAIGC) que em Setembro deste Ano celebrou os seus 60 anos de existência, é protótipo dos chamados grandes partidos, propensos a lutas internas...
Contrariamente aos seus similares, em que as disputas internas têm o caracter ideológico, com intuito de revelar maior capacidade e competência para assumir a liderança do partido e subsequentemente ser o Governo, nos últimos anos, assiste-se as guerras intestinais para a promoção ou manutenção de status-quo de ser Ministro, Secretario de Estado, Deputado, Diretor-geral, etc. Estes factos têm tornado o partido de Cabral num terreno movediço para as suas lideranças.
Excetuando a batalha estatutária dos (cento e vinte um) visando provocar mudanças profundas nos estatutos do PAIGC e que lhes custou a expulsão em 1990, todas as guerrinhas que se seguiram vão no sentido de defender o tacho, embora tendo como escudo o interesse do eleitorado ou nacional.
O estatuto do PAIGC na sua essência tem acautelado esse aspecto, recomendando a disciplina partidária sob pena do infrator incorrer sanções. Contudo, na tentativa de sobrepor o politicamente correto sobre o legal ou estatutário, as sucessivas lideranças do PAIGC promoveram a reintegração, tendo na capa dos mesmos, muitos militantes expulsos terem no curto espaço de tempo regressado e promovidos...
A primeira vaga de deserções aconteceu em 2005 com o regresso do malogrado Presidente, Nino Vieira, então candidato presidencial. Com o regresso do antigo líder do PAIGC, militantes e dirigentes que não tinham merecido escolhas no Governo de Carlos Domingos Gomes (CADOGO) aderiram de imediato ao projeto de candidatura do General, contra todas as orientações da direção do partido numa clara violação da disciplina partidária e dos estatutos. Cinco anos depois, os desertores regressavam em grande sendo promovidos a Ministros e Deputados.
O episódio se repetia em Abril de 2014, com os principais responsáveis pelo derrube do Governo do PAIGC, via Golpe de Estado, também ele liderado por CADOGO, terem conseguido uma promoção meteórica. Tanto quanto aconteceu em 2005, os fracionistas tinham optado por um candidato independente, Manuel Serifo Nhamadjo, em detrimento do candidato eleito nas primarias do partido.
Com ou sem influencia, esses acontecimentos viriam a apresentar o PAIGC como partido em que a indisciplina compensa, com todas as suas consequências na impunidade no seio do partido. Porem, Janeiro de 2016 marcou a rotura com as anteriores formas de assumir a liderança. Um grupo de 15 deputados foram expulsos após terem votado abstenção o Programa do Governo do seu partido. Uma decisão que apanhou todos de surpresa numa formação politico em que a indisciplina partidária vinha se tornando como uma via para a compensação. Com Eng. Domingos Simões Pereira na liderança, a punição foi severa tendo os deputados e outros militantes e quadro dirigentes sido abrangidos.
Hoje, está a ser equacionado a reintegração desses militantes no quadro do Acordo de Conacri e segundo consta sem condições, embora observando os estatutos. Uma ideia que ganhou forma apos as festividades dos 60 anos do PAIGC em que o Presidente do PAIGC lançara o repto no quadro da efeméride para a reunificação do partido. Esta abertura do Líder dos Libertadores, pelos vistos, demonstra a sinceridade e honestidade o que esta a ser aproveitado para, mais uma vez, gravitarem a volta do partido camaradas com o bicho da traição. Concomitantemente militantes fieis ao PAIGC que ao longo de mais umas crises sacrificaram em nome dos interesses do partido, correm o risco de serem penalizados…. Alias, se se concretizar a reconciliação interna nos moldes ditados pelos camaradas, estes regressariam como deputados e retomarão os seus lugares na Mesa.
A grande questão que se coloca e a seguinte: O que este regresso sem condição significaria.
Mais uma compensação a indisciplina???
António Quebá Banjai
“Um SIMPLES militante que quer ver um PAIGC, forte, coeso, voltada aos DICTAMES de Amílcar Cabral”
Bissau 2017
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