segunda-feira, 27 de março de 2017

NO PAIGC A INDISCIPLINA COMPENSA???

Pode ser um titulo prenuncioso ou provocatório, mas na verdade militantes do PAIGC em numero considerável que protagonizaram deserções e fracionismo no seio do partido, tendo subsequentemente violado os estatutos (subentende-se não respeitaram a disciplina partidária), foram compensados... quando o mais sensato seria serem sancionados ou, no mínimo, advertidos.  Será por isso que a expulsão dos Quinze gerou tanta polémica?

O Partido Africano para a Independência da Guine e das Ilhas de Cabo-Verde (PAIGC) que em Setembro deste Ano celebrou os seus 60 anos de existência, é protótipo dos chamados grandes partidos, propensos a lutas internas...

Contrariamente aos seus similares, em que as disputas internas têm o caracter ideológico, com intuito de revelar maior capacidade e competência para assumir a liderança do partido e subsequentemente ser o Governo, nos últimos anos, assiste-se as guerras intestinais para a promoção ou manutenção de status-quo de ser Ministro, Secretario de Estado, Deputado, Diretor-geral, etc. Estes factos têm tornado o partido de Cabral num terreno movediço para as suas lideranças.

Excetuando a batalha estatutária dos (cento e vinte um) visando provocar mudanças profundas nos estatutos do PAIGC e que lhes custou a expulsão em 1990, todas as guerrinhas que se seguiram vão no sentido de defender o tacho, embora tendo como escudo o interesse do eleitorado ou nacional.

O estatuto do PAIGC na sua essência tem acautelado esse aspecto, recomendando a disciplina partidária sob pena do infrator incorrer sanções. Contudo, na tentativa de sobrepor o politicamente correto sobre o legal ou estatutário, as sucessivas lideranças do PAIGC promoveram a reintegração, tendo na capa dos mesmos, muitos militantes expulsos terem no curto espaço de tempo regressado e promovidos...

A primeira vaga de deserções aconteceu em 2005 com o regresso do malogrado Presidente, Nino Vieira, então candidato presidencial. Com o regresso do antigo líder do PAIGC, militantes e dirigentes que não tinham merecido escolhas no Governo de Carlos Domingos Gomes (CADOGO) aderiram de imediato ao projeto de candidatura do General, contra todas as orientações da direção do partido numa clara violação da disciplina partidária e dos estatutos. Cinco anos depois, os desertores regressavam em grande sendo promovidos a Ministros e Deputados.

O episódio se repetia em Abril de 2014, com os principais responsáveis pelo derrube do Governo do PAIGC, via Golpe de Estado, também ele liderado por CADOGO, terem conseguido uma promoção meteórica. Tanto quanto aconteceu em 2005, os fracionistas tinham optado por um candidato independente, Manuel Serifo Nhamadjo, em detrimento do candidato eleito nas primarias do partido.

Com ou sem influencia, esses acontecimentos viriam a apresentar o PAIGC como partido em que a indisciplina compensa, com todas as suas consequências na impunidade no seio do partido.  Porem, Janeiro de 2016 marcou a rotura com as anteriores formas de assumir a liderança. Um grupo de 15 deputados foram expulsos após terem votado abstenção o Programa do Governo do seu partido. Uma decisão que apanhou todos de surpresa numa formação politico em que a indisciplina partidária vinha se tornando como uma via para a compensação.  Com Eng. Domingos Simões Pereira na liderança, a punição foi severa tendo os deputados e outros militantes e quadro dirigentes sido abrangidos.

Hoje, está a ser equacionado a reintegração desses militantes no quadro do Acordo de Conacri e segundo consta sem condições, embora observando os estatutos. Uma ideia que ganhou forma apos as festividades dos 60 anos do PAIGC em que o Presidente do PAIGC lançara o repto no quadro da efeméride para a reunificação do partido. Esta abertura do Líder dos Libertadores, pelos vistos, demonstra a sinceridade e honestidade o que esta a ser aproveitado para, mais uma vez, gravitarem a volta do partido camaradas com o bicho da traição. Concomitantemente militantes fieis ao PAIGC que ao longo de mais umas crises sacrificaram em nome dos interesses do partido, correm o risco de serem penalizados…. Alias, se se concretizar a reconciliação interna nos moldes ditados pelos camaradas, estes regressariam como deputados e retomarão os seus lugares na Mesa.

A grande questão que se coloca e a seguinte: O que este regresso sem condição significaria.

Mais uma compensação a indisciplina???

António Quebá Banjai
“Um SIMPLES militante que quer ver um PAIGC, forte, coeso, voltada aos DICTAMES de Amílcar Cabral”

Bissau 2017

terça-feira, 21 de março de 2017

NUNO NABIAM TAMBÉM CONTROLADO???

Ex-candidato independente às últimas eleições presidenciais, Nuno Gomes Nabiam, tem adoptado atitudes semelhantes à de um Camaleão, mudando de posições políticas não em função das circunstâncias politicas, mas sim em função dos seus interesses mesquinhos e pessoais.

O seu Blog, “Guiné-Bissau Positiva”, encontra-se na posse de informações que dão conta que Nabiam promoveu um encontro ontem entre General António Indjai e o actual Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, Biaguê Nantam.

Segundo a nossa fonte, encontro visa contornar consequências inoportunas que possam decorrer das declarações do Presidente da República, José Mário Vaz, durante a sua primeira e fracassada Presidência Aberta, em que tinha acusado Chefias Militares de apropriarem indevidamente os fundos que se destinavam aos quartéis, quando Indjai comandava as forças armadas.

Outrora, Nabiam apresentava-se como crítico activo e permanente das posições assumidas por José Mário Vaz ao longo da actual crise política, que vem assolando o país desde a queda do primeiro Governo legítimo, dinâmico e mais credível do PAIGC, liderado pelo Eng.º Domingos S. Pereira. Facto que vinha fazendo notabilizar a sua formação política, que igualmente se apresentava como possível handicap ao PRS nas próximas eleições legislativas.

Nabiam, numa das suas aparições públicas, teve ousadia de se debruçar publicamente sobre o eventual plano de assalto à ANP e, consequentemente, assassinar o seu indomável Presidente, Cipriano Cassamá.  

Acontece que, recentemente, manteve um encontro com actual Chefe de Executivo, Umaro Sussakau Kenemó, momento a partir do qual veio remeter-se num profundo silêncio em face dos últimos acontecimentos políticos ocorridos após o referido encontro. 

Facto que nos provocou uma certa estranheza, e nos leve a questionar o seguinte: O que é que mudou em relação as posições assumidas pelo Presidente da República e que justifica o silêncio de NABIAM? Alguim falanu kuma i kalantadu nan, recebendo, em contrapartida, uma quantia monetária avultosa. GUINÉ KABA! 
  
Será que NABIAM desconhece das sucessivas declarações terríveis do actual Ministro do Interior, Botché Cadé, que publicamente tem demonstrado a possibilidade de reunir jovens para tomar de assalto a ANP, em como viabilizar a discussão e eventual aprovação dos principais instrumentos de governação?

Desconhece das vergonhosas censuras que ainda se verificam na Televisão estatal? 

Desconhece da Gatunagem que se faz sentir nas nossas Finanças Públicas? Nuno paara bandidasku boh!

Nem ouviu também o Presidente da República a dizer que actual Governo é o último desta legislatura, afastando, deste modo, a possibilidade de observar o Acordo de Conacri, conditio sine quo non para ultrapassar actual impasse político? Credo, NUNO!

Aqui deixamos um conselho:

NUNO NABIAM,

Mantenha em defesa dos superiores interesses do martirizado povo guineense. Zele pela salvaguarda dos valores e princípios democráticos. Até porque, o seu partido era apontado como alternativa ao PRS, principal desgraça deste país, e que, como tal, constitui o principal entreve aos sucessivos processos de desenvolvimento nosso país.

Ora, trilhando a mesma trajectória com o PRS, estando ao lado do Presidente da República e o Grupo dos 15, consubstanciar-se-á naquilo que chamamos de: farinhas di mesmu saku!