A tirania, quando nasce, vem em forma de um vento suave. Com o passar do tempo, ganha outros contornos, transforma-se em tempestade e fura todas as barreiras da liberdade, acabando assim com o "poder do povo", que o seu implementador - o tirano - obteve do povo.
Sem nos darmos conta, ou propositadamente fingimos não notar, mas o certo é que estamos, no nosso país, Guiné-Bissau, cada vez mais próximos de nos transformar em nova Gâmbia ou Angola, onde o povo não é livre de manifestar, ainda que pacificamente, o seu descontentamento com o poder que ele mesmo instituiu. É que, ontem à noite, encontravam-se os jovens manifestantes do Movimento de Cidadãos Livres e Inconformados reunidos na Praça dos Heróis Nacionais para uma vigília, exigindo ao JOMAV, Presidente da República, a dissolução da Assembleia Nacional Popular ou a sua renúncia ao poder, já que se demonstrou deveras incapacitado de influenciar e tomar decisões que possam salvar o país da barafunda em que se encontra largado. Minutos depois do começo da concentração desses jovens, um cordão fortemente armado da Polícia de Ordem Pública e outras forças de segurança do nosso Estado dispersou abusiva e violentamente todos os manifestantes, ameaçando-os de espancamento, quando os jovens do movimento estavam autorizados a manifestar pacificamente, como têm feito até aqui e com exemplo de grande maturidade política e civismo. Isto só tem um nome, guineenses: DITADURA. Mas o povo já abriu os olhos e prometeu que "vai lutar até último membro dos manifestantes", garantiu Lesmes Monteiro, Porta-voz do movimento.
De: Lope ku Fundinhu
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